O Centro Espírita Pai Jacob dos Santos completa 80 Anos.
Em uma tarde chuvosa cheguei ao Centro Espírita Pai Jacob dos Santos para entrevistar Ednir da Silva Malvestio e Maria Aparecida Marques, a Dona Cida. Logo ao entrar já me senti em casa, o clima familiar permeia toda a trajetória do Centro. Ednir me recebeu e iniciamos a nossa conversa vendo álbuns com fotos antigas dos membros da casa, descendentes das famílias fundadoras, que atualmente são trabalhadores.
Dona Cida chegou em seguida, tímida, porém sorridente. Ela é filha do casal David e Albertina Marques, que fundou o Centro Espírita Pai Jacob dos Santos, junto com as famílias Silva, Luccas, Carvalho, Elias e Callori.
O Centro Espírita Pai Jacob dos Santos foi fundado no dia 15 de março de 1940. No início, as reuniões aconteciam na casa da família Marques, em uma fazenda no bairro Monte Alegre. Foi lá que a instituição ganhou o nome de Centro Espírita Pai Jacob dos Santos. “É devido ao personagem do livro Jeruza, de Olympia Belém”, conta Ednir. Dona Cida completa dizendo que “em Voltei, psicografado pelo Chico Xavier, ele aparece em uma outra reencarnação”.
Depois a família mudou de endereço, transferindo também o Centro para a Rua 1º de maio, no bairro Vila Virgínia. Lá, as atividades doutrinárias ganharam seu primeiro espaço próprio: a sala da casa. Nesta época já se planejava a construção de uma sede para o Centro. Dona Cida conta que “era o sonho dos meus pais fazer o centro e uma escola, mas a escola nunca saiu”.
Mais tarde, foi comprado um terreno na rua Barão de Mauá, também na Vila Virgínia, já com a intenção de fazer o Centro Espírita separado da casa da família. A construção da nova sede foi feita de maneira fraterna, contando com a colaboração de trabalhadores da própria Casa e também de amigos de outros centros. “Tinha pedreiro, mas todo mundo ajudava”, comenta Dona Cida.
Esta união resultou na inauguração da sede própria, onde funciona o Centro até hoje. Desde então, a casa manteve-se sempre ativa com as mesmas atividades: evangelização infantil, mocidade espírita, palestras doutrinárias e reuniões mediúnicas. Ednir ressalta que a Casa permanece “sempre assídua com os compromissos com a USE RP, fazendo parte desde a antiga UME (União Municipal Espírita)”.
A integração com outras Casas tem papel importante na trajetória do Pai Jacob. Dona Cida conta que no início frequentava outras Casas, “ia na palestra do Batuíra, na mocidade no União e Caridade e o que aprendia, levava para as atividades no Pai Jacob”. Depois vieram oradores que marcaram os trabalhos da Casa “é muita gente legal ao longo de todos esses anos”, conta Dona Cida. Ela cita trabalhadores respeitados como Leda Rezende Ebner, Benedito Daniel, Mário Aguiar, Dona Stefânia, Emiliano Cardoso de Moraes, Aureliano Venâncio, Jaime Monteiro de Barros, Theodoro José Papa, Merhy Seba, Leda Bighetti, Fernanda Ripamonte, Joanira Necas Soares e Márcia Pacciulio.
O Pai Jacob está hoje na quinta geração de trabalhadores das famílias fundadoras, acolhendo sempre novos frequentadores. É como diz Ednir, “todo mundo que vai chegando já vira família”.
Marina Colli
Assista o documentário produzido pela Filmágil – Gilberto Silva